mais uma madrugada




E lá vou eu, jogando buraco, ligeiramente alcoolizada e com algum motivo pra pensar na vida.
Eu até ia escrever enquanto jogava, mas não deu. Acabo de perder essa partida e acho que hoje não jogo mais. Só acho, porque não faço idéia de que hora eu vou dormir, se vou dormir, se sei lá...
LOGO ESSA SEMANA, LOGO AMANHÃ meu pai tinha que vir pra BH? E ele tinha que ter a chave do meu apartamento? E sei lá o que mais, mas hoje não está sendo exatamente o dia mais legal pra dormir cedo e desaparecer do apt enquanto ele acha que eu estou em aula...
Mas é isso, eu vim escrever por um motivo que eu esqueci nesse meio tempo.
Juro que não era por causa das minhas dores de cotivelo. Senão isso aqui já estaria enorme, mas não, acabo de lembrar meu belo motivo. GOD BLESS BEER. Até tu, cerva, me faz esquecer as coisas importantes da vida. E pra quem interessar saber, só a linda cerveja me fará esquecer daqui pra frente. SIM. Drug Free person, yo soy. BEIJOS


Mas então... o motivo pra eu estar aqui é:

Tô ouvindo Regina Spektor e nada me faz lembrar de Vitória como isso. NADA. Ir pra aula ao som de Soviet Kitch, passar metade da aula ouvindo o mesmo CD, rodar dias e dias e dias com a mesma música na cabeça. Tudo isso acontecendo ali, Alziro Zarur abaixo eu ia cantando Chemo Limo, esperando o tédio das aulas de Gráfica (repetidas, repetidas, repetidas...). Ou lá pelo menos caminho, só que dessa vez esperando o gosto de nada do meu Mc Fish de domingo, porque a única birosca com comida que ficava aberta perto de mim era o Mc Câncer Feliz. Ou esperando o ônibus pra encarar uns 40min de seguração de mala até a rodoviária, pra depois mais 9h de bus até Ouro Preto e no fim não aproveitar nada.
Mas eu tenho essa memória fresca ainda, as pedras fora do lugar, os buracos na calçada, os postes mal colocados... acho que se caísse de paraquedas lá nesse instante eu não tropeçaria em nenhum momento. Tudo ainda está muito em mim, eu conheço aquilo.
E sabe, meu sonho era cair de paraquedas lá. Tenho sentido tanta falta dos meus amigos. Era tanta gente, eram tantos lugares que a gente sempre ia... e tem 1 ano que eu não sei o que é isso. Aqui em BH eu tenho tanta coisa, mas me falta essa parte tão importante pra mim.
Como as coisas foram tão tensas e rápidas, não tive tempo de assimilar que estava indo embora, não tive como me despedir de tantos lugares/pessoas importantes pra mim.
O que eu não daria pra amanhã a tarde passar no Carone, comprar uma garrafa de Martini, ir pra Pedra da Cebola... ou pra UFES, lá nas mesinhas. Encontrar com Pedro, Nicoli, Rebeca, Gabriel, Jéssica, Bruna, Samira... juntar todo mundo e beber.
Nem é o caso de beber, mas a companhia dessas pessoas me faz tanta falta. O cemuni me faz falta, o deck da arquitetura me faz falta, meu cubículo me faz falta, meus perrengues me fazem falta, o Kokeshi faz falta, a lama faz falta, o shopping faz falta, a Barra faz TANTA falta. Nem sei mais citar tanta coisa que pulula na minha cabeça. Mas Vitória, por mais que eu te odiasse eu sempre te amei.
oi, meu nome é ludmilla e estou cada dia mais emo.
PROZAC, come back to me. BJS

Um comentário:

Luiza. disse...

Saudade é um bixo complicado. Eu nem tenho saudade de nada atrás, acho que só sinto falta do há de vir, eu vivo no futuro, a curto prazo... A semana é planejando o fim de semana, que eu SEMPRE tenho pra onde ir, nem que seja pra casa de parentes, a não ser que eu queria muito ficar em casa, mas isso é quase nunca.
Sinto saudade do meu pai, mas sei que é melhor assim e eu posso ve-lo quando eu quero, no mais só sinto falta de mim quando criança e da escola, meu deus.. como era bom matar aula e ficar de recuperação. *__*

Mas acho que essa saudade não vai passar, no máximo você se acostumará com ela, e Vitória não vai morrer, os postes e as pedras não vão sair do lugar, e cidades não guardam rancor, você poderá visitá-la quando quiser, há se as pessoas fossem como as cidades ou como as pedras; duras e imóveis...

;)