Sem vontade de escrever...

... então vai um trecho de um livro pelo qual eu sou apaixonada.

" Hoje é domingo e esse domingo ainda ousa a ironia de ser de sol. É
um domingo de sol. Eu queria que o céu se fechasse em nuvens escuras duma tempestade. Assim eu choraria com chuva. É mais fácil chorar com chuva.
Meu sentimento muitas vezes é assim de chuva, molhado, pingado. Sentimento chorado, lágrimas espessas sobre a natureza que me parece tão cruel desse mundo que não se lava, que nem chuva lava. Pois, se chovesse lá fora, eu olhando da janela, como definir esse meu sentimento senão como vindo do alto cume de mim, o meu poço? Eu me alado e entristeço. Eu quase me sufoco nesse sentimento pluvial. Ele me escorre dos cabelos molhados e se prega em minha roupa grudando-a no copo, ele me abandona acocorada, encharcada e tremida na encruzilhada duma esquina sem abrigo.
Eu, sempre que estive em plena chuva, eu tive um sentimento me empurrando como barquinho para lugares longínquos que é como um lugar onde nunca fui e preciso ir para me afastar dessa melancolia toda molhada que me escorrega os pés em poças d'água. (...)"
(As Mulheres de Tijucopapo - Marilene Felinto)
notamental1


Ludmilla, silêncio existe pra ser usado. Da próxima fique na sua
BEIJOS
JANTA

Eu estava decida a não ouvir o CD do Marcelo Camelo tão cedo. Mas nããããão. Recebo um link, não titubeio e abro. Minha cabeça já me avisava "Lá vem bomba. Fica na tua, muleque!", mas eu sou uma pessoa destemida, uma MULHER INDEPENDENTE, uma tolinha... aí carreguei, assisti e caí no choro. Nessas situações é a pior coisa perceber aquela plaquinha de "EU JÁ SABIA!" rondando seus pensamentos.
Cara, tinha que ser logo Janta? Porque, tipo, é o Camelo, é a Mallu, é uma letrinha que de certa forma casa com o que eu tenho passado, é mais uma alfinetada no meu coração com buraquinhos. E eu digo com toda a certeza do mundo, eu não merecia isso.
Tô dando meus primeiros passos pra fazer essa situação se desfazer. Tá certo que tô meio em frangalhos, meio baqueada e tal, mas quem não estaria? 6 meses não são coisa boba não.
Tô com sono, amanhã tenho trabalho e se as coisas continuarem como foi ontem, nem tão cedo eu durmo em paz.


"eu quis te conhecer mas tenho que aceitar
caberá ao nosso amor o eterno ou o não dá
pode ser cruel a eterenidade
eu ando em frente por sentir vontade

eu quis te convencer mas chega de insistir
caberá ao nosso amor por o que há de vir
poderá ser a eternidade má
caminho em frente pra sentir saudade"
A vida é mais que só ganhar

Eu comecei a escrever um post e no meio dele eu tive praticamente uma epifania.
Tá certo que foi mais uma conclusão óbvia, mas pra mim essas coisas acontecem raramente. BEM RARAMENTE. Então deixa eu brincar de acreditar que eu realmente fui iluminada e por consequência disso eu deixarei toda dor e sofrimento da minha vida pra trás. Porque, tipo, na minha cabeça tudo pareceu bem melhor depois de ver o quanto eu estava errada.
OK. Eu já percebi que minha vida não vai melhorar em absolutamente NADA.
Mas foi bem bacana entender que por mais que eu esteja me sentindo muito mal, que as coisas não tenham acontecido da melhor maneira e não tenha nada cor de rosa
na vida eu simplesmente acho que ando vivendo no mundo dos ursinhos carinhosos. So cute, so dumb, so me...
Tô aqui, toda bela na passarela, pensando que se o mundo colaborar comigo só 1 minutinho eu fico isenta de esperar outras 387389 coisas que vão acontecer depois. É tudo tão complexo e eu aqui vendo tudo de uma forma tão simples.

E hoje, depois de pelo menos três motivos pra eu me livrar desse sentimento que tanto tem me sufocado eu acabo de achar o quarto. Isso me dá mais possibilidades de ser bem sucedida na minha caminhada em direção ao conformismo. Não deu, cara. Não deu. Eu bem tentei. Só eu sei o que eu passei.
Com certeza não vai ser de hoje pra amanhã eu que vou ficar tranquila. Na verdade ainda tá tudo tão forte e grande e agoniante que eu tô torcendo demais pra quinta-feira chegar e eu poder despejar tudo na minha querida psicóloga que pelo menos vai fingir interesse no meu assunto. Ainda vai demorar pra eu conseguir conviver com isso sem ter vontade de chorar. Vou ter bilhões de recaídas. Vou ter vontade de morrer outras trilhões.
Nesse momento eu to chorando e querendo morrer. Vou tomar água pra ver se passa.

Ai ai... queria ter um arco-íris na barriga e que meu único problema fosse lutar contra Laurinha, Malvado e o tio Coração Gelado.


prontofalay

Very Important Bitches

Estou com meu cérebro ligeiramente danificado por horas de sono muito pesado, então se alguma coisa sair como não devia, eu acho que essa seria uma boa desculpa.
Mas o assunto que eu pretendo desenvolver nesse post sem motivo é tranquilão, acho que não terei motivos pra me preocupar com eventuais chateações.
Bom, hoje eu acordei com vontade de falar sobre meus amigos, sobre o quanto eles são importantes pra mim e por mais que eles façam da minha vida uma coisa altamente restrita, é a melhor restrição que poderia existir no mundo.
A proximidade quase forçada com minhas amigas tá até me fazendo mudar. Ontem foi um ótimo exemplo disso. EU ME ABRI. Me abri de verdade, sem segurar muito o que falava... me permiti ter esse acesso de sinceridade do nada. Não, eu não tava bêbada. Levemente alcoolizada, eu diria. Mas o caso é que mesmo se eu estivesse cambaleante, isso ainda assim seria um grande avanço na minha vida.
Se tem uma coisa que eu só faço em situações extremas é esse tal de me abrir. Nem pai, mãe, amigo, psicólogo conseguem facilitar essa parte na minha vida. E com isso eu viro uma bomba relógio, armazenando tudo pra quando um desavisado estiver por perto e der bobeira, eu explodir e ele ficar meio que sem reação.
Com meus pais foi uma merda, não deu muito certo. Ou seja, mais um motivo pra evitar eles quando as coisas começarem a ficar feias.
No meio da rua foi meio constrangedor, tanto pra mim quanto pros meguxinhos que estavam por perto. Eu já sabia, mas não deu pra segurar... de qualquer forma ter essa má experiência também ajuda a fugir das possíveis exposições desnecessárias, com pessoas que às vezes nem vão te entender.
Ontem foi diferente. Não tinha muita gente, não tinha desentendimento, não tinha olhar desconfiado. Tinha era muita identificação, paciência e confiança. PUTAMERDA! Odeio ser emo e fofys, mas tenho que admitir que Patson tem sido uma das pessoas mais importantes da minha vida e essa vadjea não sairá de perto de mim tão cedo. [isso foi mais fofo agora do que ontem]
E agora que a coisa já descambou mesmo, borão agradecer aos putos da minha vida. Tipo, galere muito polivalente. Me divertem, me entendem, me xingam, me adulam, me fazem ser essa desgraciada que sou hoje.
Então é mais ou menos assim:
Jãozinho, obrigada por você mesmo de longe estar sempre comigo, me segurando. teamomuitoforte
Renatson, obrigada por me escutar, por me contar as coisas, por conselhos às vezes despercebidos mas que mudam muita coisa. foi muita sorte você ter vindo de novo aqui pra perto.
Eve, obrigada pela preocupação, pelo abrigo que você sempre me dá, pelas conversas, pelas opiniões que me ajudam a ver um caminho.
Patson, obrigada por me ouvir pacientemente, por me entender, por me ajudar, por ser a mala mais legal de todos os tempos, e pela escova q você fará em mim hj mais tarde (ou amanhã).
NANANA


E o desespero bate quando você decide sair e não encontra uma só roupa que preste.
SIIIM! Começarei esse blog falando da minha falta de roupa sim. POR QUE NÃO?
Esse é um enorme problema na minha vida. Porque, tipo, eu posso muito bem colocar aquela blusinha de sempre, uma calça jeans esperta, moletonzão da Hering, all star velho e sair saltitando por aí. Só que quando você vai pra baladjenha super esperando conhecer pessoas (porque sua vida social está realmente limitada), você tem que estar no mínimo dizendo pra galere "Oi, sou feia mas tô na moda. Fale comigo pelamordejesuscristinho". E mais uma vez, SIIIM!, eu tô desesperada pra conhecer pessoas com uma intensidade extraordinária.
Eu realmente nunca fui muito de ficar me preocupando se eu tô gatinha, se todo mundo vai reparar se eu sair de casa descabelada, se alguem vai chegar em mim com um clássico "Posso te conhecer?". Mas desde que eu voltei a ser uma pessoa livre, leve, solta e solteira eu comecei a dar uma pirada e ver que o negócio tá bem feio pro meu lado.
Tirando meus meguxinhos e meguxinhas, não converso com outras pessoas. Nem papo de elevador... Cara, isso é realmente deprimente pra mim. Inevitavelmente na minha cabecinha começa a tocar um "I'M A CREEP, I'M A WEIRD, I DON'T BELONG TO HERE". Ei, Radiohead, vai tomar no cu!
Não sei de onde saiu essa necessidade repentina de conversar com várias pessoas, de ser [positivamente] notada pelas pessoas por aí, de largar a vida de patinho feio retardada.
Só sei que na minha cabeça a coisa de estar gatinha, de ter uma roupinha descolex e um cabelinho supimpa, isso tudo... isso sim vai resolver meus problemas.
Então hoje, 19:45, eu tô aqui pensando qual das minhas blusinhas de sempre vai ser a melhor... qual calça jeans vai ser a mais bacana e que eu não tenho outra opção a não ser ir de tênis. Mas acima de tudo eu queria mesmo era ter uma grana pra sair de casa nesse instante, correr pro shopping, comprar uma roupa que pelo menos me deixe um pouco mais confiante pra encarar o mundo cruel.
TO THE HELL o papinho de beleza interior, bora colocar na cabeça que uma escova e vários quilos a menos resolverão plenamente todos os meus problemas. Ninguém vai ter a bela idéia de chegar pra bater uns papos espertos no meio do inferninho com música alta. E mesmo assim, do jeito que as coisas andam eu não conseguirei desenvolver uma conversa por mais de 5 minutos.




Mas é isso aí, que hoje eu arrume uma roupa aceitável no armário mais boring do universo e consiga descolar um amiguinho de balada, um one night stand love ou encontre o amor da minha vida.